IMERSÕES

Tecidos de algodão são submersos múltiplas vezes em poças de tinta de pedra. Este gesto, nem sempre tão preciso, conformou manchas sobre a superfície das telas, constituindo o espaço-paisagem desta instalação.

As pedras, recolhidas na Mata Atlântica brasileira, partículas de paisagem originária, são transformadas em lama-tinta por meio de sua fragmentação em pó e dissolução em água. O elemento pictórico, resultado do contato com essa paisagem, agora líquida, parece representar uma paisagem outra.
Deslocada de sua origem, a matéria-paisagem provoca o corpo daquele que a observa a submergir no espaço desta paisagem reconfigurada. É a experiência do corpo neste espaço proposto que faz possível a elaboração de uma nova paisagem.

Observadas ou representadas, inúmeras paisagens nos vêm à memória. Talvez, em certa medida, toda ideia de paisagem seja também uma construção.

IMMERSIONS

Cotton fabrics are repeatedly submerged in stone pigment pools. This process, often imprecise, creates stains on the surfaces of the canvases, forming the space-landscape of this installation.

The stones, collected from the Brazilian Atlantic Forest, particles of the original landscape, are transformed into mud-paint through their fragmentation into powder and dissolution in water. The pictorial element, resulting from contact with this now-liquid landscape, seems to represent another landscape altogether.

Displaced from its origin, the landscape-material causes the observer to immerse themselves in the space of this reconfigured landscape. It is the experience of the body within this proposed space that enables the creation of a new landscape.

Numerous landscapes come to mind, whether observed or represented. Perhaps, to some extent, every concept of landscape is also a construction.